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Bragança Paulista, São Paulo, Brazil
Discípulo de Jesus, casado com Clélia, pai da Victória e feliz por tudo isso.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

TENHO MEDO



Já se passaram quatro anos.

Eu não sei o que aconteceu comigo nesse período, mas eu sei que não foi nada bom.

Muitas vezes eu olho para trás e fico me perguntando por que é que tudo teve que terminar assim.

É claro que eu nunca fui um mega homem, mas sempre fui suficientemente humano para saber reconhecer minhas fraquezas e tentar superá-las.

E, via de regra, eu sempre consegui.

Me livrei das drogas completamente, parei de beber, de fumar e me tornei um homem de caráter e palavra, coisa que nunca havia sido até os vinte e dois anos de idade.

Tudo isso aconteceu como por milagre. Ora, foi um milagre!

Bastou que eu me decidisse e convidasse Jesus para me deixar caminhar com Ele no chão da minha existência e eis que tudo se fez novo.

O que era apenas morte e desesperança, tornou-se uma "história nova e linda, escrita pelo dedo de Deus".

De 1996 a 2008 eu tive plena convicção de que o caminho que eu escolhera era o mais acertado de todos.

Realmente, de uma pessoa totalmente sem perspectivas concretas e plausíveis, que tinha como maior objetivo de vida, apenas chegar aos trinta anos de idade, eu me tornara agora, uma pessoa com visão, determinada, focada, com planos e metas bem definidas. Tudo isso me dava a impressão que aquilo era o que de fato eu seria para sempre.

Mas aí veio a decepção.

E somada a ela, vieram a incerteza, o despreparo, a revolta e a frieza!

Claro que eu deveria ter vigiado. Claro que eu deveria ter liberado perdão o mais rápido possível.
Claro que eu não deveria ter me escondido de Deus, mesmo quando cometi o mais sórdido dos pecados. Claro que eu não deveria ter adotado aspectos do meu antigo estilo de vida, depois de tê-los abandonados há muito. Claro que, como a porca lavada, eu não deveria ter voltado ao lodo.

Claro que eu poderia ter feito tudo diferente. Claro!

Mas não fiz!

Eu fiz tudo errado.

Amei quem não devia. Odiei quem não podia. Magoei quem não merecia. Abandonei quem não abandona nunca. Desonrei quem é digno.

Meu peito sangra. Minh'alma chora. Minha face se enrubesce. Minha cerviz se dobra.

O sorriso que carrego no rosto é apenas para esconder aquilo que realmente me acontece dentro, em mim.

Estou espiritualmente derrotado.

Alguém me disse que devo orar, jejuar, ler a bíblia, que tudo isso vai passar.

Não o culpo. Já fui assim. Já curei superficialmente a ferida de muitos, dando a eles paliativos no lugar de cura.

Mas não aprendi assim a Cristo. O Cristo que conheço não aceita suborno, nem faz barganhas.

O Cristo que aprendi a amar e respeitar só aceita aqueles que se achegam a ele com mãos vazias, almas quebrantadas e corações contritos. Sem nada mais a oferecer, a não ser a si mesmo.

É por isso que estou com medo. Pois sei que esse Deus é fogo consumidor. Sei que com esse Deus não se brinca. Sei que Dele não se zomba. Sei que do campo de Deus, tudo o que se plantar, se ceifa. Sei que esse Deus honra somente os que o honram. Sei que esse Deus tem nas mãos as chaves da vida e da morte.

E por isso estremeço. Por isso quero me esconder. Por isso não quero o confronto.

Mas, muito mais medo eu tenho de não o buscar, a tempo de o encontrar.

Eu estremeço muito mais com a hipótese de nunca mais o adorar. De nunca mais o ouvir. De nunca mais contar com sua ajuda. De ter que viver o resto da minha existência entregue a mim mesmo.

Ó, miserável homem que serei!

Por isso, tenho medo!

Senhor, faz comigo como fizeste com Pedro. Me tome pela mão e me traga à tona para respirar, pois estou com muito medo!